GP Austrália 2008, o inicio da mudança ou a volta dos bons tempos?



Após a morte de Ayrton Senna, o circo da F1 mudou seus conceitos de segurança, investindo na implantação de dispositivos eletrônicos, estes que supostamente protegiam o piloto de uma rodada ou batida. Com a influencia da Ferrari e Schumacher, foram implantados nos carros; sistema automático de troca de marcha, controle de tração e controle de largada, sistema inteligente de freio (ABS), controlador automático de potencia do motor e uma grande carga aerodinâmica, vimos que a F1 se tornou um autorama, onde o melhor carro vence sempre, vimos grandes talentos como Jarno Trulli, Nick Heidfeld, Jos Verstappen, Giancarlo Fisichella, e outros, terem o brilho de seus potenciais apagados pelas pequenas equipes, pois quanto maior o investimento melhor é o carro. Agora fica a duvida no ar, se na época em que Schumacher se tornou multicampeão, fosse diferente, será que ele teria estas conquistas?
Depois de mais de 10 anos, a F1 percebeu que a influencia da eletrônica não muda de fato segurança, é só analisar os acidentes ocorridos até então. O que salvou Kubica no acidente do Canadá em 2007, não foram os sistemas eletrônicos, mas sim a cápsula de sobrevivência e o “santo antonio” e o hans (proteção do pescoço do piloto). Que atualmente garante 95% de segurança para o piloto.
A F1 utilizou a questão da segurança como desculpa, para a pressão imposta pelas grandes empresas tecnológicas. Porem o investimento em tecnologia é muito alto, assim quebrando os cofres das grandes equipes e da própria FIA, forçando a organização a mudar seus conceitos e cortar custos, o GP da Austrália é só o inicio destas mudanças que se continuar vai reviver os tempos de ouro da F1, onde ao final de cada corrida e campeonato sabíamos quem de fato venceu.

Com ou sem controle de tração, qual a diferença?



Afinal, qual é a diferença de correr com ou sem controle da tração? Qualquer pessoa, mesmo sem ter muito contato com a F1, imagina que com controle o carro não patina e sem o carro patina, porem correr sem controle de tração envolve varias situações que o piloto deve levar em consideração. O blog F1 Na Ponta dos Dedos preparou uma lista de preocupações que um piloto deve ter sem o auxilio eletrônico.

O desgaste dos pneus traseiros

Sem o controle de tração, se o piloto pisar 100% no pedal toda a potencia de 700cavalos é despejada para os pneus traseiros, aumentando o atrito do pneu com o asfalto, também todo o peso e o equilíbrio do carro vão para a parte de trás. Com isto o piloto que configurar no ponto ideal a suspensão traseira e sacrificar menos os pneus terá mais vantagem durante a corrida.

O traçado ideal

A busca pelo traçado ideal sempre fez os pilotos andarem no limite nos treinos livres, um piloto que encontrar traçado ideal em toda pista consegue tirar o maximo de performance do carro, sem comprometer seu equilibro. Sem o controle de tração a atenção aumenta, porque qualquer ondulação por menor que seja irá fazer a roda gira em falso, um bom exemplo foi o GP de Mônaco de 2007, onde em qualquer ondulação da pista o controle de tração, que naquela ocasião estava com defeito bloqueava a rotação do motor da Honda de Barrichello. Correr em Mônaco com controle de tração já era difícil, imaginem este ano.

A potencia despejada na saída de curva

Com o auxilio eletrônico o piloto não precisava se preocupar no momento de acelerar novamente na saída de curva. Agora este é o momento mais critico em uma volta, se o piloto pisar bruscamente no pedal, a potencia do motor jogará a traseira para fora da pista. No GP da Austrália de 2008, se a Ferrari de Massa tivesse controle de tração, não rodaria na primeira curva.

O ponto ideal de frenagem

Apesar do freio não ter ligação direta com o controle de tração, nesta temporada o piloto terá que se preocupar na forma como freia, buscando equilibrar boa frenagem com menos desgaste de pneus.

Consumo de Combustível

Sem o controle de tração aumenta o consumo de combustível, agora o piloto é responsável por controlar também no pé o consumo. Vale lembrar que o piloto também controla o consumo nos botões do volante, dependendo da equipe são de 3 a 6 tipos de misturas.

Correr em pista molhada

Correr na chuva é a maior dificuldade e preocupação de cada piloto, até mesmo Ayrton Senna o maior piloto da historia, que corria na chuva com classe e sem erros, descrevia a enorme dificuldade e stress que era correr nestas condições.Em 2008 sabemos que é bom de braço na chuva.